Tag: futebol e poesia
A Múmia
Na Capelinha da Jaqueira
uma múmia sobrevivera.
A de Bento José da Costa
ou de alguma amante preposta?
Ela não fazia fantasma:
era mais bem alma gorada,
ovo encruado, infermentação,
que...
Poema: Garrincha
ele tinha a perna torta
perna troncha, distorcida
perna errada, perna virada
invertida, dobrada, partida
era como fosse uma perna
por uma bala atingida
mas a bala que é...
Poesia: Impedimento
Sonhei com a Mãe África
Visitei sue sbaús seculares
E lá inda repousavam
Fantasmas dos colonizadores
Ossos sem pelourinho
Bolas jogadas pra escanteio
E a paquidérmica incompreensão humana
Do qué é
Matar...
Círculo Vicioso
Bailando sem jogar, gemia o Macalé:
– Quem me dera que fosse o preto Moacir,
que vive no Flamengo, estrela a reluzir!
Mas a estrela, fitando em...
A Seleção
Vai Rildo, não Amarildo?
Vão Pelé e, que bom Mané,
O menino gaúcho Alcino
e nosso veterano Dino,
Altair, rima de Odair,
ecoando na ponta: Ivair,
e na quadra do...
Cordel: 4º Copa do Mundo Brasil – 1950
A Segunda Guerra impede
Duas copas mundiais
São as de 42
46 e tem mais
Quase não há em 50
Porque a grande tormenta
Deixou sequelas demais
A Europa é arrasada
(Mortos...
Celebrando Garrincha, o santo inventor da ginga
Frente a frente
4 colunas
de dois templos em ebulição:
raios arqueados
oscilam
ossos
músculos
nervos
pernas em balanço:
arquitetura móvel
para o pêndulo da sur-
presa.
Não se sabe ao certo
- dono de um mundo...
Foi-se a Copa?
Foi-se a Copa? Não faz mal.
Adeus chutes e sistemas.
A gente pode, afinal,
cuidar de nossos problemas.
Faltou inflação de pontos?
Perdura a inflação...
Frevo do Bi
A música que marcou a conquista do nosso Bicampeonato na Copa do Mundo, em 62, no Chile, mencionava Pelé, mas quem comandou a brincadeira...
Um dia após o outro
Aos quarenta e cinco do segundo tempo
o goleiro vencido, a bola, sempre faceira,
resvala na trava e não entra (todos vêem),
e você diz: "porra, hoje...