Em 1950, quando o Brasil disputou a Copa do Mundo com o Uruguai, no Maracanã, minha família, tios e tias (muitos) e meu pai resolveu fazer um bolão de apostas. Na época eu tinha sete anos e pedi para participar; como todos eram ótimos, deixaram desde que eu pagasse o valor do bolão.
Como não tinha dinheiro, recorri a minha mãe, que atendeu meu pedido mais pela brincadeira, já que todos sabiam que de futebol eu não entendia nada.
Mal sabiam eles…
Eu fui a última a preencher o bolão e vi que todos tinham colocado o Brasil como vencedor. Achei aquilo muito esquisito e resolvi marcar Uruguai 2 x 1 Brasil.
Vejam como o destino é esperto; eu, a única menina a se atrever a participar do bolão, GANHEI… fiquei super feliz, apesar de não estar entendendo nada. Essa história passou a ser contada para todos os novos integrantes e gerações da família. E eu, ainda dou risada da cara dos meus tios tão sabidos.
Mesmo com esse incentivo não consigo me ligar no jogo; até hoje, só quero saber quem ganhou.
Ana B. G. Brentano é pedagoga, especialista em Psicologia do Comportamento pela Universidade Caxias do Sul e atua como coordenadora de projetos de formação do Instituto Avisa Lá.
Texto escrito especialmente para o Blog Futebol-Arte!