Burrice não tem cura. Nem escola
resolve. Exemplo? A crônica esportiva
se diz discriminada, mas se esquiva
de olhar o jargão chucro que ali rola.
“Rebolo”, “repescagem”… Que cachola
bolou tanta bobagem? Só cultiva
“rebolo” quem “rebola”, ou se deriva
também “repão”, “rebroa”… e se extrapola!
Se “pesca” a “pescaria” corrobora,
“pescagem” é besteira, e repeti-la
com “re” na “repescagem” só piora!
Na poesia a coisa é mais tranqüila:
um bardo bom só chuta a bola fora
se um dito diferente não burila.
Glauco Mattoso